Voo 322: a queda do Comet da Aerolíneas Argentinas em Viracopos

Era uma quarta-feira, 22 de novembro de 1961, quando o DH-106 Comet 4 de matrícula LV-AHR da Aerolineas Argentinas partiu do Aeroporto Internacional Ezeiza, em Buenos Aires, por volta das 23h (local). Seu destino final: Nova York. A rota contava com duas paradas intermediárias, uma em Viracopos (Campinas) e a outra em Port of Spain, em Trinadade e Tobago.

Nos comandos da aeronave, Roberto Môsca (comandante) e Raul Quesada (copiloto). O jato pousou em Campinas à 1h15 da madrugada do dia 23/11/61 e, após pouco mais de uma hora em solo realizando o reabastecimento e embarque e desembarque de passageiros, o voo 322 decolou às 2h38 para a próxima etapa.

Pouquíssimo tempo depois de deixar o solo, ao atingir 100 metros de altitude e ter percorrido quase 2 km de distância, o jato começou a perder altitude.

Os pilotos tentaram corrigir a situação, mas a tentativa foi em vão: o LV-AHR atingiu um bosque de eucaliptos, no Sítio da Lagoa, no bairro do Friburgo. Uma clareira de 400 m foi aberta no local e todos os 52 ocupantes a bordo faleceram na queda. O rádio-operador do Comet sequer teve tempo de informar aos controladores sobre o problema. A meteorologia no momento do acidente não era boa.

No sítio, os moradores acordaram com um clarão e um grande estrondo. Ao saírem da sede, tudo estava retorcido em chamas.

Na época se falou que a perda de altitude teria sido causada por um problema nos motores Rolls-Royce Avon 524 do Comet. No entanto, a causa mais apontada do acidente teria sido uma falta de coordenação entre os pilotos durante o procedimento de decolagem, que foi realizado pelo copiloto. Raul Quesada tinha pouca experiência no Comet e estava em instrução pelo comandante Roberto Môsca. De acordo com o governo argentino, houve uma falha ao realizar o procedimento IFR na decolagem naquela condição meteorológica, assim como a sequência de subida para aquele modelo de aeronave. A falta de supervisão do comandante contribuiu para o acidente. Ainda que não favorável, a meteorologia não foi apontada como contribuinte para a ocorrência.

Este foi o pior acidente aéreo registrado no Aeroporto Internacional de Viracopos e é considerado um caso pouco conhecido em sua história.

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