O incrível Buffalo

Criado e desenvolvido pela De Havilland Canadá para ser o substituto natural do DHC-4 Caribou, na linha de uma aeronave tática de transporte ?STOL? com capacidade de carga superior, surgiu o DHC-5 que foi batizado e ficou muito conhecido pelo nome de Buffalo. Com a fuselagem quadrada similar ao Caribou, mas com uma nova asa alta provida de dispositivos hiper-sustentadores (flaps de fenda dupla e spoillers) e com cauda em T e impulsionado por dois motores turbo-hélices GE T-64-10, o Buffalo mostrou rapidamente ser um avião de excepcionais qualidades operacionais. A Força Aérea Brasileira encomendou 24 exemplares da série DHC-5B e começou a recebê-los a partir de 1968. Esta aeronave proporcionou uma nova dimensão a nossa aviação de transporte, já que é capaz de decolar numa distância de 347 metros e pousar em míseros 186 metros com peso normal de pouso. Pode transportar até 6.279 kg de carga e opera em pistas despreparadas de terra ou grama. Esse desempenho criou grande admiração em suas tripulações e público ao qual serve, nas regiões Amazônica, Norte e Centro Oeste. Pousando em locais inacessíveis a outras aeronaves e mesmo a veículos terrestres, os Buffalos, que aqui foram designados C-115, transportam até hoje alimentos, medicamentos, materiais de diversos tipos, veículos, passageiros, doentes nas chamadas missões de misericórdia e para-quedistas do Exército, Marinha e Aeronáutica, participando também de diversas competições civis da modalidade. Baseados em Campo Grande-MT, Manaus-AM e Base Aérea dos Afonsos no Rio de Janeiro, o C-115 é o único avião digno de ostentar a alcunha de ?legítimo substituto do Douglas DC-3?. Este ano, o modelo completa 35 anos de uso no Brasil e dado o seu elevado índice de utilização pela FAB, rapidamente se aproxima o fim de sua vida útil operacional e será necessário substituí-lo em breve. O Alto Comando da Aeronáutica já está promovendo uma licitação, cujo resultado deverá ser divulgado antes do fim deste ano, visando encontrar um candidato à altura em termos de desempenho e versatilidade, para prosseguir com estas missões essenciais a um país de dimensões continentais como é o Brasil. Os modelos em disputa são o EADS 235/295 Casa, o C-27J Spartan II da Lockheed Martin e o Antonov AN-32 de procedência ucraniana. Texto original de Luiz Carlos Fernandes de Souza Filho

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