Volta ao passado: a visita do protótipo do Boeing 717 no Brasil

Desenhado e projetado pela McDonnell Douglas, o Boeing 717 foi lançado em 1991 como MD-95, sendo uma versão menor e sucessor da família dos MD-80/90, conhecidos como Maddogs. O jato foi desenvolvido para voos de curta/média distância e com capacidade para acomodar entre 100-130 passageiros no layout 2-3.

Em 1997, aconteceu a fusão entre a Boeing e a McDonnell Douglas e tudo indicava que o projeto da aeronave seria cancelado, mesmo com encomendas já feitas. Mas a fabricante norte-americana decidiu dar andamento com o desenvolvimento do jato e o então MD-95 passou a se chamar Boeing 717.

O primeiro voo do modelo ocorreu em setembro de 1998 e a entrada em serviço ocorreu em outubro de 1999, com a AirTran. Meses após iniciar voos comerciais, a Boeing enviou um dos protótipos de seu novo jato para América do Sul, em busca de potenciais novos clientes.

Chegada no Brasil

O principal motivo da vida do Boeing 717 para a América do Sul era a sua participação na FIDAE dos anos 2000, no entanto, a fabricante aproveitou para apresentar o modelo para outras companhias aéreas da região.

O exemplar de matrícula N6202S chegou ao Brasil em 31 de março de 2000 e pousou primeiro no Aeroporto de Viracopos, para trâmites alfandegários, antes de seguir para Congonhas, onde chegou bastante atrasado para seu voo de demonstração.

Voo de demonstração

Executivos e pilotos da Vasp, Varig, TAM e TransBrasil, jornalistas e convidados embarcaram no voo, que durou apenas 30 minutos. A Boeing tentava vender o modelo como uma opção para operar a Ponte Aérea Rio-São Paulo. O jato também poderia ser uma alternativa para a TAM Linhas Aéreas, que já começava a olhar para possíveis substitutos dos seus Fokker 100.

Carlos André Spagat, fundador da Revista Flap, foi um dos convidados para o voo e contou um pouco de sua experiência a bordo do então novíssimo 717.

“A primeira coisa que notei ao entrar no 717, além do frescor da cabine, foi a existência de corrimões sob os porta-bagagens, que servem como pontos de apoio no embarque/desembarque e são um item de segurança a mais quando os passageiros se deslocam pelo corredor durante o voo, principalmente em condições de turbulência.”

Carlos André Spagat

Spagat se sentou na primeira fileira, do lado esquerdo da aeronave, logo atrás da Primeira-Classe.

Foto: Flávio Marcos de Souza

O jato decolou pela pista 35L e voou rumo ao litoral paulista, onde realizou um breve sobrevoo até regressar para o aeroporto central de São Paulo. Durante o voo, foram oferecidos snacks.

Após 30 minutos, o N6202S pousou novamente em Congonhas, de acordo com Spagat, um pouco antes da metade da pista, “provavelmente pela inexperiência da tripulação em operar em Congonhas”. No entanto, isso mostrou a capacidade e eficiência da aeronave de rápida frenagem.

Posteriormente, o jato decolou para o Rio de Janeiro, Aeroporto Santos Dumont, onde realizou uma rotina semelhante.

 Desempenho Comercial

Apesar da boa expectativa de Rolf D. Sellge, então Diretor de Marketing do Programa do 717, a aeronave não conquistou uma sequer encomenda no Brasil e jamais voltou a pousar por aqui.

A Boeing fabricou o 717 até 2006, com somente 156 unidades construídas. Hoje, boa parte continua em atividade, principalmente pela Delta Air Lines. Confira:

Boeing 717: confira quantos ainda estão ativos – Maio 2023

Galeria de Fotos (Flávio Marcos de Souza)


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