Há exatos 54 anos, decolava pela 1ª vez o Concorde

Por meio de um consórcio, a britânica British Aircraft Corporation e a francesa Aérospatiale se uniram para desenhar o Concorde. A ideia das fabricantes era desenvolver uma aeronave para transporte de passageiros capaz de voar duas vezes a velocidade do som. Na época, os Estados Unidos e a Rússia também estavam desenvolvendo seus próprios projetos supersônicos.

Ficou decidido que o avião se chamaria Concorde, visto que o termo tanto em francês quanto em inglês significa acordo, união, harmonia.

  • Produção

A produção foi iniciada em 1965, três anos depois da assinatura do contrato para o desenvolvimento da aeronave.

Os motores também foram projetados em conjunto. As fabricantes Rolls-Royce (Reino Unido) e Société Nationale d’Étude et de Construction de Moteurs d’Aviation (França) se uniram para criar os RR Snecma Olympus 593.

A produção do supersônico encarou diversos desafios, como, por exemplo, projetar uma fuselagem para aguentar as ondas de choque que surgem ao ultrapassar a barreira do som e um motor que tivesse o dobro da potência dos utilizados pelos jatos da época. O nariz da aeronave também é um ponto a ser destacado. Pontiagudo, ele foi desenhado para reduzir o atrito com o ar. No entanto, a questão aerodinâmica reduzia o campo de visão dos pilotos. Contornando o problema, os engenheiros desenvolveram um mecanismo que abaixava essa seção durante o pouso e a decolagem.

  • Primeiro voo

Após quatro anos sendo fabricado, o Concorde decolou pela primeira vez. O fato aconteceu há exatos 54 anos, em 2 de março de 1969. André Turcat comandou a primeira operação.

A partir de então o supersônico realizou diversos voos de testes. Posteriormente, as fabricantes o levaram para exibição em shows aéreos, buscando novos compradores. Sua apresentação oficial aconteceu no Paris Air show de 1973, ao lado de seu principal rival: o Tupolev Tu-144.

Foto: André Cros

A princípio, quase 100 opções de compras foram firmadas, vindas de companhias aéreas, como American Airlines, Pan Am e a United Airlines. Contudo, várias empresas aéreas foram perdendo aos poucos o interesse no avião e somente a Air France e a British Airways continuaram com os seus pedidos.

  • Primeiro voo transatlântico e voos regulares

Em setembro de 1973, o Concorde decolou para seu primeiro voo transatlântico (sem passageiros). Quase três anos mais tarde, em 21 de janeiro de 1976, a British Airways introduziu o modelo em serviços regulares, voando de Londres para o Bahrein. No mesmo dia, a Air France também iniciou seus voos com o supersônico, partindo de Paris para o Rio de Janeiro, com escala em Dacar, no Senegal.

As rotas Paris-Nova York e Londres-Nova York se tornaram símbolos da aeronave, principalmente entre os empresários. Era a forma mais rápida de se viajar entre essas cidades.

Foto: Martin J.Galloway.

A Braniff chegou a operar o modelo brevemente em conjunto com a Air France, bem como a Singapore Airlines com um exemplar da British Airways.

Por voar a cerca de 60 mil pés, os ocupantes podiam observar a curvatura da terra durante o voo.


-> LEIA MAIS: Há exatos 50 anos, o Bandeirante entrava em operação


 

  • Especificações

-Tripulação Técnica: 2 pilotos e 1 engenheiro

-Capacidade: 92-120 passageiros

-Comprimento: 61,66 m

-Envergadura: 25,6 m

-Velocidade máxima: 2.179 km/h

-Altitude máxima de cruzeiro: 60 mil pés (18.288 metros)

  • Legado e fim das operações

Em 25 de julho de 2000, um Concorde da Air France sofreu um acidente ao decolar de Paris para Nova York no voo AFR4590. A ocorrência foi a única fatal com o jato, que naquele dia sofreu um incêndio nos motores após colidir com uma peça que havia se desprendido de um DC-10 da Continental que decolou minutos antes e estava na pista. O motivo do acidente não foi o Concorde, tampouco seus tripulantes, mas mesmo assim sua imagem ficou um pouco manchada.

Aos poucos o jato foi ficando desinteressante para as duas operadoras. Altos custos operacionais, restrição em rotas por conta do voo supersônico, entre outros fatores, foram motivos para o início da redução dos voos com o avião.

Foto: Ken Rose

Em 2003, a British Airways e a Air France decidiram em conjunto encerrar as operações do Concorde. A aérea francesa antecipou a retirada e marcou o último voo para 31 de maio de 2003. Posteriormente, a British Airways efetuou sua última operação com o modelo em 24 de outubro de 2003.

O Concorde foi um fracasso comercial, com somente vinte unidades produzidas, sendo seis deles protótipos. Mesmo assim, o supersônico se tornou um símbolo da aviação, principalmente entre os entusiastas, e atraía multidões por onde passava. Durante os seus 27 anos de atividade, o jato realizou por volta de 50 mil voos, transportando 2,5 milhões de passageiros.

Hoje existem diversos Concordes espalhados em exibição pelo mundo, como no Museu do Ar e do Espaço, em Paris, ou no Aeroporto de Barbados, no Caribe.

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