Companhias aéreas brasileiras somam prejuízo de R$ 2 bi no acumulado de 2018

Dado faz parte das demonstrações contábeis das transportadoras

De acordo com as demonstrações contábeis divulgadas Agência Nacional de Aviação Civil, as quatro maiores empresas brasileiras de transporte aéreo público de passageiros do país em participação de mercado Gol, LATAM, Azul e Avianca Brasil, acumularam prejuízo de R$ 2 bilhões de reais nos três primeiros trimestres de 2018. O resultado isolado do 3º trimestre do ano mostra que as operadoras também pioraram o seu desempenho em relação ao mesmo período do ano anterior. Nessa comparação, o setor registrou prejuízo de R$ 556 milhões em 2018 contra lucro de R$ 787 milhões no ano anterior. No 3º trimestre deste ano, a Azul e a LATAM foram as únicas empresas que tiveram lucro líquido positivo. O da Azul foi de R$ 35 milhões e o da LATAM ficou em R$ 1,1 milhão. Gol e Avianca Brasil apresentaram prejuízos líquidos no trimestre de R$ 405 milhões e R$ 188 milhões, respectivamente. Considerando a margem líquida das empresas no 3º trimestre deste ano, a da LATAM foi de 0,03%, enquanto da Azul foi de 1,5%. Gol e Avianca Brasil tiveram margem líquida de -15,1% e -15,5% respectivamente. A receita operacional líquida agregada das quatro empresas, no acumulado dos três trimestres, cresceu 15,9% em relação ao mesmo período do ano passado, alcançando R$ 29,5 bilhões. Os custos dos serviços prestados apresentaram aumento de 23,6%, atingindo R$ 26 bilhões. Desta forma, com o incremento dos custos dos serviços prestados em percentual maior do que o crescimento da receita operacional líquida, o lucro bruto das quatro empresas, em conjunto, caiu 21%, passando de R$ 4,4 bilhões nos três primeiros trimestres de 2017 para R$ 3,4 bilhões em 2018. O item de maior impacto entre os custos e despesas foram os combustíveis, representando 31,7% do total. A receita do setor do 3º trimestre aumentou em 17,2%, de R$ 9,2 bilhões para R$ 10,8 bilhões. Entretanto, os custos dos serviços prestados tiveram um incremento de 32,8%, com um total de R$ 9,4 bilhões, causando, assim, uma queda no lucro bruto de -33,9%. No acumulado dos três trimestres do ano, o EBIT das empresas variou negativamente de R$ 530 milhões positivos, no mesmo período do ano passado, para R$ 126 milhões negativos. Observando-se apenas o 3º trimestre, o EBIT foi positivo em R$ 57,4 milhões, com margem positiva de 0,5%, ante R$ 612,5 milhões positivos e margem EBIT positiva de 6,6% no 3º trimestre e 2017. O resultado financeiro acumulado das aéreas até o 3º trimestre passou de R$ 1 bilhão negativo em 2017 para R$ 1,8 bilhão negativo em 2018. O trimestre isoladamente também apresentou piora no consolidado das principais empresas, saindo de R$ 27 milhões positivos em 2017 para R$ 542 milhões negativos em 2018. O período foi marcado pela alta dos indicadores atrelados aos custos mais significativos do transporte aéreo: o preço do combustível da aviação (QAV) e a taxa de câmbio. O combustível esteve 55% maior que no mesmo período do ano anterior. A taxa de câmbio do real frente ao dólar também manteve sua tendência de aumento em relação aos apurados para cada mês em 2017. Esse indicador, na média do trimestre, foi 25,1% superior ao mesmo período em 2017. O câmbio tem forte influência nos custos de combustível, arrendamento, manutenção e seguro de aeronaves, que em conjunto, representam cerca de 50% das despesas dos serviços aéreos. As demonstrações contábeis correspondentes ao 3º trimestre de 2018 estão disponíveis pelo link http://www.anac.gov.br/assuntos/dados-e-estatisticas/demonstracoes-contabeis/demonstracoes-contabeis-de-empresas-aereas-brasileiras.

 

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