O MD-11 na VASP; veja fotos exclusivas

O MD-11 na VASP; veja fotos exclusivas

Fabricado na década de 90, o MD-11 é um velho conhecido do Brasil. Ao todo, três empresas aéreas brasileiras já operaram com o modelo por aqui: as saudosas Varig, TAM e Vasp.

A Varig foi a primeira operadora do trijato no País, recebendo seu primeiro exemplar em novembro de 1991. Um ano mais tarde foi a vez da Vasp.

O pioneiro da frota

No final dos anos 80, o governo paulista se comprometeu em privatizar a Vasp, que acabou adquirida em 1990 pelo consórcio Voe/Canhedo. Começou-se então um período de reestruturação e crescimento na companhia, que praticamente dobrou de tamanho. Entre as novidades, a nova direção fez uma encomenda junto à McDonnell Douglas para o MD-11.

De matrícula PP-SOW, o primeiro MD-11 da Vasp pousou em Guarulhos em 6 de fevereiro de 1992. Pouco mais de um mês depois, foi a vez do PP-SOZ, que foi incorporado em 27 de março de 1992 e ganhou uma sessão de fotos air-to-air promocional. Começava aí uma nova fase na Vasp. Fotos: Arquivo Flap

As primeiras rotas do MD-11 na Vasp eram para os Estados Unidos, mas em julho de 1992, os trijatos levaram o nome da companhia para longe: Seul. Partindo de São Paulo (Guarulhos) com escala em Los Angeles, o PP-SOZ estreou o trecho até Seul, na Coreia do Sul.

O Astro da Vasp

Para promover seus novíssimos MD-11s, a companhia escolheu o título de “Astro da Vasp” nas propagandas. Em 1993, a empresa incorporou o PP-SPE, seguido do PP-SPD em 1994. Aruba e Buenos Aires também eram destinos do trijato da Vasp na época.

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Foto: Arquivo Flap

Em 1995, chegaram mais três: PP-SPK, PP-SPM e PP-SPL. O ‘SPM’ seria na realidade incorporado pela KLM, mas a aérea holandesa não recebeu o exemplar, que acabou arrendado pela Vasp. Um ano mais tarde, a companhia incorporou o PP-SFA e PP-SFD, passando a contar com nove aeronaves do modelo em sua frota. Ainda em 1996 e com o MD-11, a Vasp inaugurou mais uma longa rota, agora ligando Guarulhos e Osaka com uma parada intermediária em Los Angeles.

O norte-americano

Em 1998, em caráter de wet-leasing, a Vasp operou com o MD-11 de matrícula N277WA, arrendado da World Airways. A aeronave ficou menos de dois meses voando pela aérea brasileira, chegando em junho e indo embora na metade de agosto.

A crise e as devoluções

Ainda em 1998, a Vasp começou a atrasar no pagamento do leasing de algumas aeronaves, incluindo o MD-11, por questões financeiras. Em novembro, o PP-SOZ foi interditado como pressão para a Vasp pagar suas dívidas. A aeronave voltou a voar dias depois com o pagamento de parte do montante.

A empresa estacionou três de seus MD-11s em Guarulhos, tirando os títulos “Vasp” dos exemplares, que passaram a servir como aeronaves de peças de reposição para outros aviões. A crise cambial em 1999 foi um dos fatores relevantes para tal prática, que é conhecida como “canibalização”. Quem não sabia da situação era a proprietária dos trijatos, que durante a visita de um de seus representantes ao Brasil, foi surpreendida com o péssimo estado dos aviões. O fato na época chegou a gerar um desconforto entre as empresas de leasing e arrendamentos para companhias aéreas brasileiras.

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Foto: Gianfranco Beting

Em 21 de agosto de 1998, a Vasp se despediu do PP-SPM, que foi entregue à KLM como PH-KCI. Ainda em 98, a companhia foi ultrapassada pela TAM no mercado aéreo internacional e passou a ficar em terceiro lugar.

A empresa voltou a atrasar no pagamento dos leasings e a japonesa Mitsui, proprietária do PP-SFD, SFE e SPD, levou dois dos exemplares para ficarem armazenados em Marana, nos Estados Unidos. Por estar canibalizado, o PP-SPD não pode ser retomado.

Em fevereiro de 2000, também por falta de pagamento, os trijatos de matrícula PP-SOW e SOZ, os primeiros entregues, foram estocados em Viracopos com os títulos da companhia removidos.

A turbulência enfrentada pela Vasp era grave e a malha intercontinental da empresa foi encolhendo rapidamente, com diversos trechos cancelados. Em 2000, praticamente toda a frota de MD-11 foi devolvida e o fim do Astro da Vasp estava próximo.

Os dois últimos, PP-SPD e SFA, deixaram a frota da companhia no primeiro semestre de 2001, colocando um ponto final na trajetória do MD-11 na Vasp. A partir daí, a empresa, que já enfrentava uma crise, começou a perder altitude sem qualquer estabilidade.

Configurações

A Vasp usou dois tipos de configuração em seus MD-11s:

  • 325 assentos: 10 Primeira Classe / 21 Classe Executiva / 294 Econômica
  • 293 assentos: 16 Primeira Classe / 56 Classe Executiva / 221 Econômica

Rotas efetuadas pelo MD-11 na Vasp

Europa, Caribe, Estados Unidos e Ásia foram os principais destinos do MD-11 enquanto na Vasp. Confira as rotas efetuadas pelo modelo:

  • Guarulhos-Rio de Janeiro-Casablanca-Atenas
  • Guarulhos-Atenas
  • Guarulhos-Zurique
  • Guarulhos-Recife-Zurique
  • Guarulhos-Salvador-Zurique
  • Guarulhos-Frankfurt
  • Guarulhos-Salvador-Frankfurt
  • Guarulhos-Recife-Frankfurt
  • Rio de Janeiro-Guarulhos-Madri
  • Rio de Janeiro-Guarulhos-Barcelona
  • Guarulhos-Salvador-Barcelona
  • Guarulhos-Miami
  • Guarulhos-Recife-Miami
  • Guarulhos-Salvador-Miami
  • Guarulhos-Miami-Toronto
  • Guarulhos-Salvador-Toronto
  • Guarulhos-Aruba
  • Guarulhos-Recife-Nova York
  • Rio de Janeiro-Guarulhos-Nova York
  • Guarulhos-Los Angeles-Seul
  • Rio de Janeiro-Guarulhos-Los Angeles-Seul
  • Rio de Janeiro-Guarulhos-Los Angeles
  • Guarulhos-Rio de Janeiro-Bruxelas
  • Guarulhos-Buenos Aires (esporádico)

A empresa chegou a anunciar que voaria com o modelo também para Hong Kong, Taipé, Milão, Paris, Manila, Tóquio e Amsterdam. No entanto, nenhum dos trechos se concretizou.

Matrículas

Matrícula Entrega Saída da Vasp Status atual
PP-SOW 1992 2000 Desmontado
PP-SOZ 1992 2000 Desmontado
PP-SPE 1993 2000 Estocado como N412SN
PP-SPD 1994 2001 Ativo como N411SN na Western Global
PP-SPK 1995 2000 Ativo como N251UP na UPS
PP-SPM 1995 1998 Desmontado
PP-SPL 1995 2000 Ativo como N250UP na UPS
PP-SFA 1996 2001 Ativo como N252UP na UPS
PP-SFD 1996 2000 Ativo como N573FE na FedEx
N277WA 1998 1998 Desmontado

Uma curiosidade é que o PP-SFD foi o único MD-11 que voou em três empresas aéreas brasileiras. Depois de deixar a Vasp em 2000, o trijato foi incorporado pela Varig em 2001 como PP-VQX e em 2007 foi repassado para a TAM Linhas Aéreas como PT-MSJ.

Galeria de Fotos (Arquivos Flap e Gianfranco Beting)


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