O atentado ao voo 455 da Cubana de Aviación

Há pouco mais de 47 anos, em 6 de outubro de 1976, o voo 455 da Cubana de Aviación sofreu um atentado instantes após decolar de uma ilha no Caribe.

Operado pelo Douglas DC-8 de matrícula CU-T1201, o voo 455 estava realizando naquela quarta-feira mais um trajeto de rotina partindo da Guiana para Havana com paradas intermediárias em Trinidad Tobago, Barbados e Jamaica.

Os dois primeiros trechos (Guiana-Trinidad-Barbados) ocorreram sem maiores problemas, no entanto, o terceiro voo programado (Barbados-Jamaica) jamais chegou ao seu destino. O quadrimotor decolou do Aeroporto Internacional Grantley Adams, em Barbados, por volta das 17h25 (local) para Kingston, Jamaica. Nove minutos após a partida, quando estava a uma altitude de 18 mil pés, uma bomba explodiu em um dos lavatórios traseiros da aeronave. Em tom apreensivo, o comandante Wilfredo Pérez Pérez comunicou aos controladores sobre a explosão e solicitou uma aterrissagem imediata, declarando emergência total.

A aeronave então iniciou uma rápida descida e, enquanto os pilotos, tentavam controlar a aeronave e regressar ao aeroporto, uma segunda bomba explodiu. Sem qualquer possibilidade de conseguir pousar, o piloto teria desviado o DC-8 das praias repletas de turistas e o jato caiu no Oceano Atlântico a cerca de 8 km do aeroporto de Barbados.

A bordo, 73 pessoas, sendo 25 tripulantes e 48 passageiros, divididas em três nacionalidades: 57 cubanas, 11 da Guiana e cinco norte-coreanas. Entre as vítimas, estava toda a equipe de esgrima juvenil de Cuba, que havia acabado de conquistar medalha de ouro no Campeonato Centroamericano e do Caribe.

Horas após o atentado, as autoridades prenderam dois venezuelanos que haviam embarcado na aeronave em Trinidad Tobago para Cuba, mas acabaram desembarcando em Barbados. Logo foi descoberto que um deles estava viajando com identidade falsa e os dois confessaram ter atuado sob ordens de Luis Posada Carriles, cubano nacionalizado como venezuelano que atuou na CIA e era conhecido por Cuba como “Bin Laden da América Latina”, e Orlando Bosch, revolucionário cubano. Ambos eram opostos ao Governo de Fidel Castro, movimento conhecido como anticastrismo.

Tanto Bosch como Posada foram presos na Venezuela em outubro de 1976. Posada conseguiu escapar da prisão e fugiu para o Panamá e depois Estados Unidos. A Venezuela emitiu mandados de prisão, mas um juiz de imigração dos Estados Unidos decidiu que Posada não deveria ser deportado para Cuba ou Venezuela. Já Bosch foi libertado em 1987 e retornou de forma ilegal aos Estados Unidos, acabou preso novamente, mas foi perdoado de todas as acusações pelo então presidente George HW Bush.

O caso foi mais um ponto de discórdia na relação entre Estados Unidos e Cuba.

Memoriais em homenagem às vítimas foram construídos em Barbados e em Georgetown, na Guiana.

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