Explosão sobre o Deserto do Saara: o voo 772 da UTA

Era uma terça-feira, 19 de setembro de 1989, quando o McDonnell Douglas DC-10 de matrícula N54629 partiu de Brazzaville, no Congo, para N’Djamena. Após o reabastecimento e o embarque de mais passageiros na capital do Chade, o voo UTA 772 decolou às 13h13 para Paris, Aeroporto Charles de Gaulle. A bordo, 170 ocupantes, sendo 14 tripulantes e 156 passageiros. A tripulação técnica era formada por Georges Raveneau, comandante do voo; Alain Bricout, engenheiro do voo; e Michel Crézé e Jean-Pierre Hennequin, co-pilotos da operação.

O trijato estabilizou em 35 mil pés de altitude. Às 13h59, 46 minutos após a decolagem, enquanto sobrevoava o Niger, uma explosão quebrou o silêncio daquela tarde sobre a África Ocidental. O DC-10 se partira em voo e seus fragmentos espalharam-se pelas quentes areias do deserto Ténéré, região no centro sul do Deserto do Saara. Ninguém sobreviveu. Havia pessoas de 18 nacionalidades a bordo, sendo a maioria do Congo, França e Chade.

Os destroços da aeronave foram encontrados espalhados por quilômetros.

A investigação concluiu que uma bomba dentro de uma mala explodiu na posição 13-R do porão dianteiro, causando a destruição imediata do DC-10. Cerca de 5 anos antes da ocorrência do UTA 772, um DC-8 da companhia sofreu um ataque após pousar em Brazzaville. Não houve vítimas fatais, mas a aeronave foi completamente destruída.

De início, ligações anônimas apontaram que a Jihad Islâmica seria a culpada pelo acidente. Outro telefonema anônimo revelou que seria um grupo secreto do Chad que era contra o então presidente Hissen Habré. Entretanto, anos mais tarde, o governo da Líbia veio a se tornar suspeito, uma vez que, em 1999, Muammar Gaddafi, então líder do país, admitiu que teve envolvimento no atentado de Lockerbie e aceitou pagar US$ 35 milhões de indenização aos familiares das vítimas, mas com uma condição: eliminar qualquer acusação de que o governo da Líbia havia tido participação na explosão do voo 772. Investigadores levantaram o nome de seis líbios que acabaram acusados de participação no ataque. Eles foram identificados por um juiz francês, mas Gaddafi não permitiu a extraditá-los para a França e os seis permaneceram na Líbia.

Por fim, o motivo do ataque terrorista ficou determinado como uma “vingança” da Líbia aos franceses, que haviam apoiado o Chade no conflito entre Chade e Líbia.

Um memorial foi montado nas coordenadas 16° 51′ 53″ N, 11° 57′ 13″ L.

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