Colisão no ar: 64 anos do Desastre Aéreo de Ramos

Era final da manhã de terça-feira, 22 de dezembro de 1959, quando o Vickers Viscount de matrícula PP-SRG da Vasp decolou de Brasília no voo 026 até o Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. A bordo, 32 ocupantes, sendo seis tripulantes e 26 passageiros.

A operação transcorreu normalmente até a aproximação para o pouso no aeroporto fluminense. Quando sobrevoava as proximidades do Campo dos Afonsos, o quadrimotor da Vasp teve sua asa esquerda atingida e parcialmente arrancada. Era um Fokker T-21 da Força Aérea Brasileira que estava realizando treinamentos da região e acabou se chocando com o PP-SRG. O T-21 caiu sobre uma casa, provocando ferimentos leves em uma moradora. O piloto escapou da queda, pois se ejetou da aeronave. Já os ocupantes do Vasp não tiveram o mesmo destino.

O comandante Ataliba Euclydes Vieira e o copiloto Álvaro Grazioli tentavam fazer com que o Vickers Viscount alcançasse o Aeroporto do Galeão para um pouso de emergência, mas o avião acabou caindo sobre algumas casas no bairro de Ramos, cerca de 4 km ao sul do aeroporto. A explosão matou todos a bordo e outras dez pessoas no solo.

A investigação foi feita pela própria Força Aérea Brasileira, que apontou os seguintes motivos como causadores da ocorrência:

  • Pouca experiência do piloto do Fokker T-21 (19 horas de voo)
  • O piloto do T-21 invadiu uma aerovia destinada à aviação comercial
  • Falta de rádios no Fokker T-21, o que impedia uma comunicação e coordenação com o controle de tráfego aéreo na região
  • Localização não apropriada para treinamentos da FAB visto a proximidade com a área de aproximação e decolagens do Galeão
  • Falta de vigilância tanto do piloto do T-21 quanto dos pilotos da Vasp sobre outras aeronaves

A tragédia gerou uma comoção nacional e foi contribuinte para mudanças no sistema de tráfego aéreo no Rio de Janeiro.

foto: Aeromuseu

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