A história da Spanair

Fundada em dezembro de 1986, a Spanair decolou de verdade em março de 1988 operando em sua maioria voos charters internacionais, principalmente para destinos turísticos durante o verão europeu. A empresa foi criada como uma subsidiária do SAS Group que controla a Scandinavian Airlines. Em julho de 1990, chegou o primeiro MD-82 na empresa, o EC-EVY, que voou somente até maio de 1991. Um segundo maddog (apelido do MD-80) veio em agosto de 1991 e operou rapidamente por dois meses nas cores da espanhola.

Anos depois, em 1994, a companhia passou a realizar trechos regulares e o principal centro de operações ficava no Aeroporto Internacional El Prat em Barcelona, tendo Madri e Palma de Mallorca como cidades foco. Nessa altura, ela já estava com sete MD-82 em operação, agora fixos em sua frota.

Em 1996, chegou o primeiro Boeing 757 (G-RJGR), seguido do segundo (G-MCEA) em 1997, ambos foram arrendados da inglesa Airtours e duraram pouco tempo na frota da Spanair.

Expansão intercontinental

A companhia operou três Boeing 767: o primeiro EC-FCU chegou em 1991, o segundo EC-FHA em 1993 e o terceiro EC-HVG em 2001. Eles foram alocados a princípio em voos charters intercontinentais e posteriormente escalados em voos regulares.

No Brasil, a companhia começou a voar no Rio de Janeiro em 1997 com um voo vindo de Madri e para São Paulo as ligações começaram em 1998, também com voos de/para a capital da Espanha. Ambas as cidades brasileiras recebiam duas frequências semanais. Em 1999, a empresa decidiu estender seus voos até Buenos Aires, mas em 2000 suspendeu os seus voos no Brasil.

No ano seguinte, em maio, ela fez uma nova tentativa e reestreou o trajeto para o Rio de Janeiro com três frequências semanais de/para Madri, mas não deu certo! Em outubro de 2001 o trecho foi suspenso novamente.

Utilizando os Boeing 767s, a companhia também voou para os Estados Unidos, México e República Dominicana. No ano de 2002, todos os três foram devolvidos e os planos de expansão com voos para outros continentes foram cortados.

Crescimento da frota narrow-body e Star Alliance

Enquanto os voos intercontinentais não vingaram, a Spanair se desenvolvia nos voos domésticos na Espanha, pela Europa e também estreando em mercados no Norte/Oeste da África como Dakar, Algiers e Bamako, no Mali. O primeiro Airbus(EC-HPM) chegou na empresa em 2000 e se juntou aos diversos MD-82, MD-83 e MD-87 que já compunham a frota da Spanair. Ainda no ano de 2000, a empresa criou a AeBal, uma divisão que também era conhecida como Spanair Link e operou cinco Boeing 717 até 2009.

No ano de 2003, a companhia entrou para a Star Alliance, ampliando ainda mais os seus horizontes agora com várias empresas aéreas parceiras, inclusive a VARIG, que naquela época ainda fazia parte da aliança.

Até o ano de 2004, a Spanair havia recebido 19 Airbus A320 e A321, um crescimento bastante significativo e em 2005 chegou o primeiro Fokker 100 na frota, o EC-JDN, que era configurado para 100 passageiros em classe única. Posteriormente outros dois Fokkers foram entregues, mas não voaram por muito tempo na espanhola, deixando-a em 2007. Nesse mesmo ano, o Grupo SAS decidiu vender sua participação na Spanair, o que não veio a acontecer. Em 2008 o grupo voltou atrás depois de não receber propostas com um valor adequado ao que significava a Spanair.

Acidente e dificuldades financeiras

O dia 20 de agosto de 2008 foi um marco triste e negativo na história da companhia. O MD-82 de matrícula EC-HFP (cores da Star Alliance) decolou de Barcelona para as Ilhas Canárias com uma parada em Madri. O primeiro trajeto aconteceu normalmente. Em Madri, o voo 5022 precisou abortar a decolagem e retornou para a posição por conta de um problema mecânico. Após mais de uma hora realizando a manutenção, a aeronave foi liberada para seguir viagem.

Durante o táxi, os pilotos revisaram os checklists, mas não notaram que um item crucial não havia sido executado: configurar os flaps e slats para a decolagem. Alinhado novamente, o Maddog começou a correr pista e ao sair do solo e não ganhou sustentação. O voo 5022 inclinou-se para a direita e caiu próximo do Aeroporto de Barajas em Madri. Das 172 pessoas a bordo, 18 foram resgatadas com vida.

Antes mesmo do acidente, a Spanair já vinha enfrentando dificuldades financeiras, o que se agravou após o acontecimento. A companhia foi aos poucos fechando bases, como Palma de Mallorca, uma das mais importantes na malha da empresa.

Mudança de visual e encerramento das operações

Como um de seus últimos suspiros, a empresa ainda tentou mudar o seu visual, apresentando uma nova pintura em 2009 e foi se arrastando até o ano de 2012. A Qatar Airways chegou a cogitar em investir na empresa, mas desistiu.

No dia 27 de janeiro de 2012, a Spanair realizou o seu último voo regular com passageiros, o JK1326 entre Trondheim e Las Palmas. Milhares de passageiros foram deixados em solo, além de quase 2000 desempregados. Assim a companhia, que já chegou a ser a segunda maior da Espanha, colocou um ponto final em sua história.

Ao longo de sua trajetória, a Spanair operou 105 aeronaves de acordo com o site planespotters.net:

  • 19 x Airbus A320-200
  • 5 x Airbus A321-200
  • 4 x Boeing 717-200
  • 6 x Boeing 757-200
  • 3 x Boeing 767-300
  • 3 x Fokker F100
  • 1 x McDonnell Douglas DC-9-50
  • 3 x McDonnell Douglas MD-81
  • 16 x McDonnell Douglas MD-82
  • 27 x McDonnell Douglas MD-83
  • 18 x McDonnell Douglas MD-87

Abaixo o mapa de rotas (Barcelona) da companhia em 2011:

Você já voou na Spanair? Conhecia a empresa?

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Um Comentário

  1. Já voei no trecho Madrid – Frankfurt – Madrid, em setembro de 2011, num A320 já com a última pintura antes de encerrar definitivamente as operações.

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