81 anos do primeiro voo do Lockheed L-049 Constellation

No final da década de 1930, Howard Hughes, proprietário da Transcontinental & Western Air (TWA), se juntou com executivos da Lockheed Aircraft Corporation, incluindo Rober Gross, então presidente da fabricante. A ideia do encontro era discutir sobre o futuro da aviação e também sobre uma nova aeronave. Na época a Lockheed estava desenvolvendo o Model 44 Excalibur.

Após o encontro, os executivos decidiram aprimorar o L-044 Excalibur, que acabou tendo seu projeto original descartado ao chegarem no L-049 ou Excalibur A. O redesenho da aeronave contou com mudanças notáveis, como o alongamento da fuselagem de 22 para 29 metros, além também do aumento da asa e outra motorização.

Satisfeito com o novo avião, Hughes encomendou 40 exemplares. Posteriormente, ficou decidido se desfazer do nome Excalibur, visto que o L-049 era completamente outra aeronave e daí surgiu “Constellation” informalmente. Até então, tudo estava sendo mantido em segredo, para evitar com que as concorrentes da TWA também adquirissem o modelo. No entanto, poucos meses antes dos Estados Unidos ingressarem na Segunda Guerra Mundial, as instalações da Lockheed passaram por inspeções e a fabricante acabou anunciando oficialmente o Constellation, quebrando assim o sigilo do projeto. Logo após a revelação, empresas como a Pan Am e a KLM já encomendaram o modelo.

Em 1941, havia 80 exemplares encomendados pelas companhias aéreas, no entanto, com o ataque surpresa do Japão a Pearl Harbor, no Havaí, os Estados Unidos entraram no conflito global. Toda produção da Lockheed passou a ser controlada pelas forças armadas e os 80 L-049 Constellation, que seriam construídos para as companhias, foram requisitados para serviços militares e ganharam o designativo C-69. O rollout oficial da aeronave aconteceu em 1942 e o primeiro voo ocorreu em 9 de janeiro de 1943. Nos controles, Edmund Allen, então piloto chefe de testes da Boeing. Por conta de problemas encontrados nos motores, os testes em voo com o Constellation ficaram suspensos de fevereiro até junho de 1943. Com os atrasos no projeto e com o fim da Segunda Guerra Mundial iminente, apenas quinze exemplares do C-69 foram produzidos.

Com o final do conflito global, a Lockheed converteu cinco C-69 em L-049 para uso civil. Ao todo, 89 unidades do L-049 foram construídas (sendo 15 militares e 74 para uso civil). Além da TWA, que foi a cliente lançadora, Pan Am e KLM, companhias aéreas como a Braniff, Air France, BOAC, El Al, entre outras, também utilizaram o modelo. Posteriormente, o quadrimotor ganhou uma versão de maior alcance, o L-149, e foi o predecessor para novas variantes que levaram o nome Constellation, ou Connie (apelido dado à ao L-049), adiante, como o L-649, L-749 até o Lockheed L-1049 Super Constellation ou o Lockheed L-1649 Starliner.

Somando todas as variantes, 856 unidades de toda a família Constellation foram produzidas entre 1943 e 1958, consolidando o quadrimotor da Lockheed como um sucesso à sua época.

No Brasil, a Panair foi a responsável por introduzir o Constellation na versão L-049. Com a chegada do PP-PCF em março de 1946, a empresa se tornou, alguns meses depois, a primeira companhia aérea brasileira a voar para a Europa. A rota era Rio-Recife-Dacar-Lisboa-Londres. Naqueles tempos, o Aeroporto de Heathrow, em Londres, ainda tinha seu terminal constituído apenas por tendas de lona.

A Real Aerovias e a Varig também voaram com o Constellation, mas em outras versões. Por fim, o Brasil ainda teve uma quarta operadora, mas que durou pouco tempo: a Arruda com o quadrimotor de matrícula PP-PDG, que se acidentou próximo de Cruzeiro do Sul, no Acre.

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