747 na América do Sul: veja quais empresas aéreas da região voaram com o quadrimotor

O Boeing 747 decolou pela primeira vez em fevereiro de 1969 e foi introduzido em serviço comercial em janeiro do ano seguinte, nas asas da Pan Am. O quadrimotor da Boeing foi a primeira aeronave widebody (fuselagem larga) lançada na história da aviação e se popularizou entre empresas aéreas de todos os continentes, ganhando várias versões: -100, -200, -SP, -300, -400 e -8.

Na América do Sul, a Aerolíneas Argentinas foi a primeira companhia aérea da região a encomendar o modelo, no entanto, a VIASA da Venezuela foi a primeira operadora sul-americana do quadrimotor. Conheça mais detalhes dos 747 que voaram em empresas aéreas na América do Sul:

  • VIASA

Foto: Arquivo Flap

Pioneira, a VIASA chegou a operar, não simultaneamente, com cinco 747, sendo um da versão -100 e os outros quatro do -200. Os dois primeiros, PH-BUG e PH-BUD, chegaram em janeiro e abril de 1972, respectivamente. Ambos eram arrendados da KLM e voaram por um curto tempo da aérea venezuelana: o PH-BUG até janeiro de 1974 e o PH-BUD até outubro de 1972. A VIASA os utilizava principalmente no trecho Caracas-Madri-Paris.

O último 747 operado pela companhia, N747WR, se despediu da frota da companhia em agosto de 1983.

  • Aerolíneas Argentinas

Foto: Arquivo Flap

A Aerolíneas Argentinas foi a primeira empresa aérea sul-americana a encomendar o 747 e também foi a maior operadora do modelo na região. Foram 17 exemplares, sendo 13 do -200, três do -400 e um do SP, operados (não simultaneamente) entre 1976 e 2012. O primeiro deles, LV-LZD, que chegou em dezembro de 1976. Durante muito tempo, o 747 foi a espinha dorsal da Aerolíneas nas rotas de longa distância, para a Europa, Estados Unidos e também Austrália e Nova Zelândia.

Uma curiosidade é que a aérea argentina foi a única na América do Sul a operar com a versão 747SP. De matrícula LV-OHV, o quadrimotor ficou em atividade pela companhia entre 1980 e 1990.

  • Avianca

A colombiana Avianca também foi uma operadora do 747 na América do Sul e recebeu seus dois primeiros exemplares, ambos cargueiros, entre julho de 1981 e julho de 1982.

Posteriormente, a empresa também incorporou o 747 na versão de passageiros. A Avianca foi a única companhia aérea sul-americana a registrar um acidente fatal com o quadrimotor. Em novembro de 1983, o HK-2910X, entrou em voo controlado em uma colina durante a aproximação em Madri, vitimando quase todos a bordo.

O 747 ficou em operação na Avianca até junho de 1996.

  • Varig

Foto: Arquivo Flap

Segunda maior operadora do modelo na América do Sul, a Varig foi a única empresa aérea brasileira a voar com o 747 e operou com três versões: 747-200/-300 e -400. Os dois primeiros, PP-VNA e PP-VNB, chegaram ao País em fevereiro de 1981. Logo, a empresa os introduziu em seu serviço Rio-Nova York. O quadrimotor era o flagship na frota da Varig e, além de Nova York, também realizava voos para Buenos Aires, Lima, Miami, Madri, Paris, Amsterdã, Frankfurt, Roma, Milão, London, Copenhagen, Los Angeles, Tóquio e Nagóia.

Ao todo, foram 12 unidades, que operaram (não simultaneamente) entre 1981 e 1998, ano em que a Varig decidiu aposentar o 747. No entanto, os últimos cinco exemplares foram devolvidos somente em 2000, após ficarem cerca de dois anos estacionados nas instalações da companhia.

  • Aerosur

Foto: Arquivo Flap

A Bolívia também teve a sua operadora de 747 com a Aerosur, que contou com três exemplares, um de cada versão: -100, -300 e -400.

O 747-100 de matrícula CP-2480 voou pela companhia entre outubro de 2006 e maio de 2007. A empresa ficou cerca de um ano sem operar com o quadrimotor até a chegada do CP-2525 em julho de 2008, que ficou em operação na aérea boliviana até outubro de 2009, quando foi substituído, em novembro do mesmo ano, pelo Súper Torísimo, o 747-400 de matrícula CP-2603. O jato permaneceu em operação pela Aerosur até 2012, ano em que a companhia suspendeu suas operações.

  • LAN Chile

Foto: Arquivo Flap

Essa poucos se lembram, mas a LAN Chile também voou com o 747. Foi muito breve: arrendado da Air Lingus, o 747-100 de matrícula EI-BED ganhou as cores da aérea chilena e ficou em operação na empresa entre dezembro de 1989 e março de 1990.

  • Conviasa

Foto: Arquivo Flap

Entre 2015 e 2017, a Conviasa operou com o 747-400. Foram duas unidades, ambas arrendadas da espanhola Wamos. O EC-LNA ficou na companhia de outubro de 2015 a novembro de 2016 e o EC-KXN de novembro de 2016 até maio de 2017.

As aeronaves foram utilizadas principalmente na rota Caracas-Madri.

  • Surinam Airways

Foto: Arquivo Flap

A Surinam Airways recebeu seu primeiro e único 747-300 em agosto de 2004. De matrícula PZ-TCM, o jato era configurado para acomodar 466 passageiros em duas classes, sendo 26 na executiva e 440 na econômica, e era responsável pelo trecho Paramaribo-Amsterdã.

O jato deixou a frota da companhia em janeiro de 2010, quando foi substituído por outro quadrimotor: o A340.

  • Emtrasur

Por fim, chegamos na Emtrasur. A aérea venezuelana foi a última companhia aérea da América do Sul e, também a mais recente, a operar com o 747 na região. De matrícula YV3531, o 747-300 cargueiro foi incorporado pela empresa em janeiro de 2022 e durou pouco.

Em junho de 2022, uma empresa mexicana contratou a Emtrasur para realizar um transporte de peças automotivas entre o México e a Argentina. O YV3531 partiu da Cidade do México, fez uma escala em Caracas e depois seguiu para Buenos Aires. A meteorologia em Ezeiza era adversa e o quadrimotor precisou alternar para Córdoba. Com o tempo melhor, seguiu para Buenos Aires. Na capital argentina, as autoridades do país não permitiram o reabastecimento da aeronave para realizar o trajeto de volta para a Venezuela. O motivo? Os pilotos no comando do jato eram iranianos e a “tripulação” estava composta por outras 17 pessoas. O fato chamou atenção das autoridades locais, que acharam o voo suspeito. Sem combustível suficiente para seguir rumo a Caracas, o 747 decolou então para Montevidéu para reabastecer, no entanto, as autoridades uruguaias não permitiram sua entrada no espaço aéreo do país e o YV3531 voltou para o Aeroporto de Ezeiza, onde se encontra estacionado até hoje.


Estreando na VIASA e terminando na Emtrasur, o 747 iniciou e terminou sua carreira (até o momento) em empresas aéreas sul-americanas na Venezuela.

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