40 anos da primeira decolagem do Dash 8

Hoje (20), se completa 40 anos da primeira decolagem de um Dash 8. Ao longo do tempo, várias variantes do modelo foram desenvolvidas e o turboélice se tornou um dos mais bem-sucedidos de seu segmento.

Antecedentes

Na década de 70, a De Havilland Canada estava investindo no seu quadrimotor Dash 7, concentrando sua atenção em projetos para operações em pistas curtas (STOL), que era uma especialidade da fabricante. Em 1980, a De Havilland Canada decidiu criar uma aeronave sem o requisito STOL, basicamente adaptando a fuselagem do Dash 7, em apenas dois motores, dando assim vida ao Dash 8. Para equipar o então novo turboélice, a Pratt & Whitney Canada desenvolveu o potente PW100.

Roll-out e Primeiro Voo

Cerca de três anos após o início do desenvolvimento do projeto, o Dash 8 estava pronto para voar e ser apresentado ao mundo. O roll-out aconteceu em 19 de abril de 1983, seguido do primeiro voo, que ocorreu em 20 de junho daquele mesmo ano.

De matrícula C-GDNK, o bimotor decolou naquela terça-feira e realizou seu primeiro voo teste, que foi concluído com sucesso e marcou o início de uma nova era para De Havilland Canada. Capaz de acomodar entre 37-39 passageiros, o novíssimo Dash 8 Q100 era também mais econômico e veloz que seu irmão de quatro motores (Dash 7).

Primeira Entrega e Outras Versões 

A primeira entrega do modelo aconteceu em 1984 para a canadense NorOntair e para a estadunidense Piedmont Airlines, que foram as responsáveis pelos primeiros voos comerciais do turboélice.

Com a chegada de novos motores, como o PW120, a De Havilland Canada criou outras versões do Dash 8-100, como o 101, 102, 103, entre outros, incluindo também versões cargueiras, de patrulha marítima e militar.

Foto: Defensie

Paralelamente, surgia o principal concorrente do Q100: o ATR 42 da fabricante franco-italiana Avions de Transport Régional, que voou pela primeira vez em 1984 e entrou em serviço regular em 1985.

A De Havilland Canada decidiu então criar novas versões do Dash 8, com tamanhos e motorizações diferentes. Primeiro veio o Q200, que manteve a mesma quantidade de passageiros do Q100, mas ganhou uma motores ainda mais potentes (PW123) melhorando assim a eficiência e performance da aeronave. Depois veio o Q300, que além de novos motores, ganhou uma fuselagem alongada, ampliando a capacidade do projeto para 50-56 passageiros. Nas mãos da Bombardier, que havia adquirido o projeto Dash 8, a família ganhou seu maior membro: o Q400. O turboélice foi equipado com os motores PW150A e sua fuselagem também foi alongada, ampliando a capacidade para acomodar entre 68 e 90 passageiros. Um detalhe é que o Q400 passou a ser o turboélice comercial mais rápido em voos de cruzeiro, podendo atingir até 667 km/h. Em 2013, a versão Q400NextGen foi lançada.

Foto: Raimund Stehmann

A produção dos modelos ficou nas mãos da De Havilland Canada entre 1983 e 1992 e posteriormente foi repassada para a Bombardier, que assumiu o projeto até 2018, quando a Viking adquiriu o programa do Q400, que acabou indo parar novamente nas mãos da De Havilland Canada em 2019, ano em que revivida.

Desempenho Comercial

Ao todo, a família do Dash 8 conquistou mais de 1.300 encomendas, com mais de 1.260 já entregues, e se espalhou pelo mundo todo, ganhando operadoras em todos os continentes.

No Brasil, os bimotores da De Havilland Canada passaram praticamente despercebidos e voaram regularmente apenas na TAVAJ, que usou o Q200, e na TABA, que voou com o Q300. As operações com os turboélices canadenses em empresas aéreas brasileiras duraram poucos anos.

Foto: Robert Frola

Atualmente, mais de 30 companhias voam com as variantes do Dash 8 e entre as maiores operadoras estão a Air Canada Express, Ethiopian Airlines, QantasLink, Porter Airlines e WestJet.


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Um Comentário

  1. Voei no Dash 8 na Taba . Belém para Monte Dourado (Pará) algumas vezes. Um pouco de ruído mas não incomodava . Avião confortável.

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