“MD-80 chinês”: há exatos 15 anos, decolava pela primeira vez o COMAC ARJ21

Desde que foi lançado, o COMAC ARJ21 é comparado com as aeronaves fabricadas no passado pela McDonnell Douglas: a família do MD-80, os DC-9s, e o Boeing 717, que era o MD-95 antes da fusão entre a Boeing e a McDonnell Douglas. O motivo da comparação? As semelhanças do projeto com as aeronaves norte-americanas, que incluem a cauda em T, motores na seção traseira, design da fuselagem, configuração interna de assentos em 2-3 e o posicionamento das asas.

O conhecido como “MD-80 chinês” entrou em serviço comercial mais recentemente, no ano de 2016, mas o primeiro voo do jato aconteceu há exatos 15 anos.

Projetado e produzido pela fabricante COMAC, que está lançando o C919, o ARJ21-700 é um bimotor voltado para o mercado regional, com capacidade de acomodar entre 78 e 90 passageiros. O modelo é equipado com dois motores General Electric CF34 e seus winglets foram desenhados pela ucraniana Antonov.

Foto: N509FZ

O projeto do jato foi revelado no ano de 2002 e a expectativa da fabricante chinesa era realizar o primeiro voo da aeronave em 2005, iniciando as entregas aos clientes 18 meses depois. Os fatos não se concretizaram.

No dia 21 de dezembro de 2007, foi feito o rollout do ARJ21 e quase um ano depois, no dia 28 de novembro de 2008, o avião decolou pela primeira vez. De registro CN-0169, o jato partiu do Aeroporto Shanghai’s Dachang, onde ficam parte das instalações da COMAC.

Alguns anos após a primeira decolagem e depois de uma série de testes, que acumularam mais de 5 mil horas de voo, o ARJ-21 foi finalmente certificado pelas autoridades chinesas no ano de 2014.

No final de 2015, aconteceu a primeira entrega e foi para a Chengdu Airlines, que realizou o primeiro voo comercial do modelo no dia 28 de junho de 2016.

Foto: Mustang

No ano seguinte, em 2017, a COMAC foi certificada para a produção em massa do avião e inaugurou uma nova linha de produção do ARJ21 em Pudong, capaz de produzir 30 unidades do modelo ao ano.

A aeronave, de início, não emplacou em vendas, mas aos poucos foi melhorando e em 2019 obteve encomendas das três principais linhas aéreas chinesas: Air China, China Eastern e China Southern. Atualmente mais de cem ARJ21s já foram entregues. Recentemente, o jato atingiu a marca de 10 milhões de passageiros transportados.

Foto: Wikimedia

Um total de 330 ARJ21s foram encomendados, a maioria deles por empresas aéreas da China, mas com algumas encomendas fora do país como para a TransNusa, da Indonésia, que fez um pedido de 30 unidades do modelo. O jato é concorrente direto do brasileiro E175 e do CRJ-900.

Recentemente, o primeiro ARJ21 convertido para transporte de cargas realizou seu primeiro voo teste. Além da versão cargueira, a COMAC também estuda uma variante alongada do modelo para acomodar até 105 passageiros: o ARJ21-900.

A aeronave ainda não foi certificada pela europeia EASA e pela norte-americana FAA e encontra dificuldades para emplacar no mercado ocidental. Será que um dia teremos o ARJ21 voando aqui pela América do Sul? O que você acha sobre esta aeronave?

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