767-400: o menos popular da família 767
O 767 estreou no mercado com a versão -200, em 1982. Quatro anos mais tarde, a Boeing revelou a primeira versão alongada do modelo, o 767-300, que acabou se tornando a mais popular da família. Mas a maior variante do 767 foi lançada somente em 1997.
Em 1995, a Boeing decidiu não continuar com o projeto de uma versão menor do 777 e começou a estudar a possibilidade de um 767 ainda mais alongado. A partir daí surgiu o 767-400ER, uma aeronave com 12% a mais de capacidade que o 767-300, podendo contar com até 375 assentos em classe única, além de uma envergadura maior e melhorias tanto na cabine de comando quanto no interior dos passageiros.
A ideia da nova aeronave agradou à Delta Air Lines, que na época buscava um substituto para o L-1011 Tristar, e também à Continental Airlines.
A Boeing lançou o jato com duas opções de motor, o GE CF6 ou PW4000, mas só o GE CF6 acabou equipando o modelo. O rollout da maior versão do 767 aconteceu em 26 de agosto de 1999, o primeiro voo em outubro também de 99 e as primeiras entregas em agosto de 2000, com a chegada do N828MH para a Delta Air Lines e do N66051 para a Continental Airlines.
A Continental Airlines foi responsável pela introdução do jato em serviços comerciais, realizando o primeiro voo em setembro do mesmo ano, e fechou 2000 com 4 exemplares do modelo em sua frota. Já a Delta, fechou com 12. Ambas as companhias receberam seus últimos exemplares em 2002 e nenhuma outra empresa havia encomendado o modelo. Parecia o fim da produção do 767-400, mas em 2008, veio um “temporão”: o N526BA (atual A9C-HMH). Este último exemplar na verdade era um protótipo do Northrop Grumman E-10A, versão militar do 767-400 que estava sendo desenvolvida para a USAF, mas o programa acabou cancelado e o jato ganhou a configuração VIP para voar pelo Bahrain Royal Flight.
A Boeing chegou a fazer um tour mundial com o modelo, com demonstrações para empresas como Lufthansa e Condor, entre outras, mas nenhuma acabou se interessando.
Ao contrário de seus irmãos -200 (336 produzidos até o momento – versão militar KC-46 ainda em produção) e -300 (930 produzidos até o momento – versão cargueira ainda em produção), o Boeing 767-400ER acabou não emplacando como o esperado e teve somente 38 exemplares construídos.
A Boeing chegou a oferecer uma versão com ainda mais alcance: o 767-400ERX. A aeronave ganhou três encomendas da Kenya Airways e acabou tendo seu projeto cancelado. A aérea africana optou por trocar o pedido para o Boeing 777-200.
Em 2010, com a fusão entre United e Continental Airlines, o nome United prevaleceu e a empresa incorporou os 767-400 ex-Continental, passando a ser uma nova operadora do modelo.
Atualmente, todos os 767-400 continuam em atividade e a Delta Air Lines é a maior operadora do modelo. Veja mais detalhes:
- Delta Air Lines: 21 exemplares (configuração: C34 W20 Y184)
- Continental Airlines: 16 exemplares (configuração: C34 W24 Y173)
- Bahrain Royal Flight: 1 exemplar (configuração VIP)
Na Delta e na United, o 767-400 é utilizado em diversas rotas, como Nova York JFK-Frankfurt (Delta), Phoenix-Atlanta (Delta), Roma-Washington (United), Newark-San Juan (United), entre várias outras. Ambas as companhias utilizam o modelo em voos para o Brasil: Washington-Guarulhos (United) e Nova York JFK-Guarulhos (Delta).
Especificações
- Configuração 1 classe: 375 passageiros
- Configuração 2 classes: 296 passageiros
- Comprimento: 61,37 m
- Envergadura: 51,90 m
- MTOW: 204.1 t
- Alcance: 10.415 km
Mesmo sendo o menos popular, hoje existem mais 767-400 ativos em voos comerciais com passageiros do que o 767-200 (a maioria atualmente é cargueiro ou militar).
Você já voou em um 767-400? Conte para nós nos comentários:
Tive o prazer de voar no N827MH da DL na cabine W. Excelente voo entre GRU e NY (JFK)! Até hoje acho a configuração 2-3-2 do 767 imbatível em termos de conforto. Grande avião!