Conheça o Aeroporto Governador Carlos Wilson, localizado em Fernando de Noronha

O último aeroporto que conhecemos juntos aqui na Flap International foi o de Vágar, nas exóticas Ilhas Faroé. Hoje, voaremos aqui para o Brasil para conhecer o Aeroporto Governador Carlos Wilson, localizado na cobiçada ilha de Fernando de Noronha. Embarque conosco!


A Ilha

O arquipélago de Fernando de Noronha está situado no Oceano Atlântico, a cerca de 350 km a leste da costa nordestina do Brasil e a 545 km de Recife. Estima-se que o local, de formação vulcânica, foi descoberto pelos portugueses entre os anos de 1500 e 1504 durante as Grandes Navegações e no século 17 chegou a ser um “esconderijo” para os holandeses.

Foto: Map_of_Fernando_de_Noronha-en.svg: Mysid

Pertencente ao estado de Pernambuco, a região é composta por várias ilhas, sendo a maior delas Fernando de Noronha. O principal povoado é a Vila dos Remédios e, de acordo com dados do IBGE de 2020, pouco mais de 3 mil pessoas habitam a ilha.

Com clima tropical, repleta de paisagens impressionantes e praias paradisíacas, como a do Sancho, que já foi eleita a mais bonita do mundo, a Ilha de Fernando de Noronha se tornou um dos destinos mais procurados no Brasil e atrai milhares de turistas todos os anos. A principal porta de entrada no local é o Aeroporto Governador Carlos Wilson e na aproximação final para pouso já para avistar alguns pontos marcantes da ilha, como o Morro Dois Irmãos.

História

Durante muito tempo, a principal forma de se chegar até Fernando de Noronha era via marítima, mas em 1934 esse cenário mudou com a construção do aeroporto. Anos antes, em 1922, a ilha serviu como escala para a ousada travessia do Atlântico feita por Gago Coutinho e Sacadura Cabral.

No ano de 1936, o local, que contava com uma pista não-pavimentada, se tornou um ponto de parada da aérea francesa Latecoére/Compagnie Generale Aeropostale, que realizava serviços de carga entre Europa e América e posteriormente deu origem à Air France.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Aeroporto de Fernando de Noronha passou por melhorias, como a pavimentação da pista e a construção de uma estação de passageiros. O motivo? A Força Aérea Norte-Americana elegeu o aeroporto como estratégico e instalou uma base aérea própria por lá. Aeronaves como o C-124A Globemaster, capaz de acomodar dois ônibus ou 200 soldados, passaram pela ilha neste período. Os norte-americanos ocuparam o local até o final do conflito.

Foto via @noronha.historia

De acordo com o site Portal Aviação Brasil, em 1954 o único voo regular que existia na ilha era operado pelo Douglas DC-3 da Cruzeiro. Em 1975, a pista passou por novas reformas e foi ampliada, permitindo assim o pouso de aeronaves de maior porte como o Boeing 737. A TransBrasil operou com seus Boeing 727-100 na ilha e, segundo o site AeroEntusiasta, as operações com os trijatos da empresa aconteceram nos anos 80. Os voos eram de/para Recife e ocorriam aos sábados e domingos. Em 1983, a VASP iniciou uma série de voos fretados para Noronha com os seus Boeing 737-200 “Breguinhas”.

Foto via Mapio.net

A operação com jatos foi ficando comum no local, substituindo o Embraer 120 Brasília, Bandeirante e outros turboélices. As empresas Trip Linhas Aéreas e Varig também já foram muito frequentes na ilha.

Air France 447

Em 2009, o aeroporto foi colocado nos holofotes do mundo por conta de um motivo nada bom: a queda do voo AF447 da Air France. O Airbus A330-200 de matrícula F-GZCP partiu do Aeroporto do Galeão na noite do dia 31 de maio de 2009 e desapareceu dos radares a cerca de 160km de São Pedro e São Paulo, arquipélago que está a pouco mais de 600 km a nordeste de Fernando de Noronha.

Por ser o mais próximo e com melhor estrutura da região, o Aeroporto Governador Carlos Wilson serviu como um grande centro de apoio às buscas do Airbus e ao resgate dos corpos e destroços.

Reformas na pista

A pista do Aeroporto de Fernando de Noronha já passou por diversas reformas ao longo dos anos. A mais recente foi iniciada em 2021 e está em andamento.

Foto: GOL Linhas Aéreas

Em novembro de 2022, a ANAC “pegou” as empresas aéreas “de surpresa” ao proibir voos com aeronaves a jato na ilha. O motivo para tal restrição foi devido às más condições na qual a pista se encontrava. Por conta disso, a Gol Linhas Aéreas, que possui somente jatos em sua frota, precisou cancelar suas operações em Fernando de Noronha. A Azul Linhas Aéreas, por sua vez, contornou a situação e passou a realizar seus voos com o ATR 72.


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Especificações

Foto Google Earth
  • Título: Aeroporto Governador Carlos Wilson
  • ICAO: SBFN
  • IATA: FEN
  • Altitude:
  • Comprimento da pista: 1.845 metros
  • Largura da pista: 45 metros
  • Cabeceiras: 12 / 30
  • Superfície: Asfalto
  • Coordenadas geográficas: 3° 51′ 17″ S 32° 25′ 42″ O
  • Administração: DIX Aeroportos
  • Possui informações de TAF e METAR
  • Aproximação visual ou por instrumento

Dados via ANAC e AISWEB

Aeroporto Hoje

Antes da restrição por conta da degradação da pista, o Aeroporto de Fernando de Noronha contava com dois voos diários da Gol para Recife operados pelo Boeing 737-700, mais os voos da Azul para Campinas, que eram realizados pelo Embraer E2, o para Recife com o Embraer 195 e o para Natal com o ATR72.

O cenário mudou. Hoje, somente aeronaves turboélices operam na ilha. A Azul Linhas Aéreas conta com rotas diretas para Recife (39 voos semanais) e Natal (1 voo semanal), enquanto a VoePass, em parceria com a LATAM, oferece três destinos a partir de Noronha: Recife (14 voos semanais), Natal (7 voos semanais) e Fortaleza (7 voos semanais). Ambas as empresas utilizam o ATR 72 para cumprirem seus voos de/para o arquipélago.

Além dos movimentos comerciais, o Aeroporto Governador Carlos Wilson também recebe com frequência voos de aeronaves executivas e operações militares da Força Aérea Brasileira.

Foto: Dronepicr

De acordo com os dados da Anac, em 2022, cerca de 327 mil passageiros embarcaram e desembarcaram no aeroporto de Fernando de Noronha, em voos comerciais regulares, número relativamente maior quando comparado com o mesmo período de 2021, que movimentou 244 mil viajantes, e também superior aos dados de 2019 (pré-pandemia), que acumulou 300 mil passageiros. Até julho de 2023, passaram pelo local 163 mil passageiros, em voos comerciais.

Ainda sem data definida do final das obras, não se sabe quando as operações com aeronaves de maior porte serão retomadas.

Avião Estático

O Embraer 326GB Xavante, que voou na Força Aérea Brasileira com o designativo FAB 4488, está em exposição estática na área militar do aeroporto de Fernando de Noronha/PE (FEN). O jato operou durante 37 anos na FAB e foi levado para “descansar” na ilha há cerca de 8 anos.

Confira fotos da aeronave: Xavante Fernando de Noronha

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