Aeroporto de Guarulhos já contabiliza 17 ocorrências com pipas e balões em 2020

Concessionária entende que incidentes podem ser justificados por falsa sensação de menos risco com a redução de voos nos últimos meses

Aparentemente inofensiva, a soltura de pipas e balões em determinadas áreas da cidade pode se transformar em um grande problema. No Brasil, soltar balões é crime, mas mesmo assim, a prática relacionada à tradição junina e a competições de trabalhos artesanais com explosivos ainda é frequente no perímetro urbano. Dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) revelam que este ano, em todo o Estado de São Paulo, já foram registradas 125 ocorrências aeronáuticas envolvendo balões. Deste total, 46 foram no entorno do Aeroporto de Guarulhos e segundo o levantamento da concessionária, dez foram dentro dos 14 km² do sítio aeroportuário. Desses, sete provocaram algum tipo de interferência na operação dos voos, por terem caído ou terem sido avistados no pátio de manobras de aeronaves. Em 2019, a GRU Airport contabilizou 49 ocorrências envolvendo balão, sendo 33 no pátio de manobras. No mesmo período, registrou 25 incidentes envolvendo pipas. De janeiro a maio deste ano, foram sete interferências operacionais e somando os dois tipos de notificações, já são 17 incidentes. Uma das justificativas para o crescimento destes números é a pandemia do COVID-19, em função do aumento do tempo ocioso para crianças e adultos e a diminuição temporária da atividade aérea no aeroporto, que pode causar a falsa sensação da redução dos riscos envolvidos. Uma das formas da GRU Airport proteger a operação do aeroporto, que atualmente corresponde a uma média de 100 pousos e decolagens por dia, é investir na conscientização de jovens, adultos e crianças, moradoras das comunidades vizinhas do terminal. Desde 2018, a equipe promove peças teatrais e palestras educativas nas escolas públicas de ao menos 13 bairros classificados de interferência direta e indireta do aeroporto. Ano passado, 4.500 jovens, entre 6 e 18 anos participaram da iniciativa sobre os riscos e no ano retrasado, foram 3.270 crianças e adolescentes da mesma faixa etária. Este ano, devido a crise e as medidas de isolamento social recomendadas pelo Ministério da Saúde e órgãos internacionais, a equipe estuda uma abordagem diferente, por meio de vídeo e/ou outras ferramentas. A expectativa é que as ações comecem a ser realizadas no segundo semestre e envolva agentes comunitários para alcançar mais pessoas. O modelo ainda está em estudo. Foto: CECOMSAER

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