Importação de helicópteros tem alta demanda em 2022

O setor de importação de helicópteros teve aumento relevante em 2022. Para 2023, a expectativa é de que o mercado de asas rotativas siga em alta. Essa é a projeção da Timbro, trading brasileira que atua na área e deve faturar US$ 2,2 bilhões este ano.
Em 2022, a empresa entregou cinco vezes mais helicópteros do que em 2021 e teve um faturamento 60% superior com esse segmento. A receita foi impactada pela ampliação do mix, com clientes demandando a importação de modelos topo de linha.
Como exemplo, a empresa intermediou a chegada de um Bell 429 biturbina, mais confortável e, por ter duas turbinas, mais seguro e com alcance maior. Para o próximo ano, considerando somente o que já está encomendado, já está garantido pela empresa um salto de 40% em volume na comparação com 2022.
A área de aviação da Timbro é responsável por todos os trâmites de importação de uma aeronave executiva. A empresa apoia o comprador do avião ou helicóptero novo ou seminovo na estruturação da operação. Além disso, busca pela melhor solução de crédito, gestão da aquisição, entrega no exportador, traslado e nacionalização junto aos órgãos competentes. O comprador, depois que indica sua escolha e define fluxo e forma de pagamento, só precisa receber a aeronave pronta para uso em seu aeródromo próprio ou de confiança.
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A performance é reflexo dos investimentos da empresa na unidade de importação de aeronaves. Assim, entre 2021 e 2022, a empresa triplicou a equipe dedicada em aviação, tem hoje 11 profissionais da área comercial e operacional especializados em asas rotativas. Ademais, também ampliou o portfólio de fabricantes parceiros, com foco em atender a demanda do mercado.
Troca de aeronaves provoca demanda alta
Segundo dados consolidados mensalmente pela Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral) com dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e distribuídos às empresas do setor, na frota total brasileira de aviação executiva o número de helicópteros a turbina cresceu 11% em 2022 até o mês setembro, um ritmo superior ao da frota total de aeronaves executivas (aviões e asas rotativas somadas), que foi de 3%. Já as novas matrículas de helicópteros a turbina, até setembro, tiveram um crescimento de 44%.
O mercado aquecido de helicópteros é consequência da forte demanda ocorrida desde 2020, quando muitos atuais proprietários começaram a usar a aviação executiva adquirindo seu primeiro avião ou helicóptero e, agora, buscam novas aeronaves com mais conforto e segurança.
“O comportamento do proprietário que entra na aviação executiva é investir em uma aeronave funcional, com custo menor, para entender se essa solução de mobilidade faz sentido para suas necessidades. Passada a fase de testes, esse proprietário se sente seguro para fazer um investimento maior e adquirir um helicóptero topo de linha. Quem já tem um equipamento, quer fazer o upgrade. É nessa fase que estamos agora no segmento de asas rotativas”, explica Pedro Ferreira, head de aviação da Timbro.
Por fim, com relação ao uso, os helicópteros seguem sendo buscados para deslocamento urbano no formato “ponto a ponto”. Segundo o executivo, “(…) os helicópteros seguem como solução de mobilidade urbana para viagens com trajetos mais curtos. Acessar rapidamente diferentes pontos nas cidades maiores como São Paulo e Rio de Janeiro, chegar até aeroportos distantes das regiões de escritórios corporativos, ir até fazendas em áreas próximas dos centros urbanos ou em residências no litoral e interior motivam a importação de aeronaves de asas rotativas”.
(Foto: Rodrigo Cozzato)